sábado, 19 de março de 2011

A pobreza da riqueza.




Gostaria de ter ouro,
gostaria de ter ouro às toneladas,
muito ouro, para pagar as minhas dividas.
para dar a quem já me deu.
Gostaria de ter ouro,
para ajudar quem já me ajudou.
Gostaria de ter ouro,
para poder mandar quem mandou em mim.
Gostaria de ter ouro,
para ter saúde e ser imortal.
E no fim de ter ouro,
seria rude,
hipócrita,
egocêntrico,
seco,
onde via nos outros a face do meu cofre cheio...
Agora que o fim está próximo, levo tudo o que vocês não podem, agora, partilhar comigo,
o meu chorar, o meu sorrir, a minha dor, a minha alegria, os meus segredos, o brilho dos meus olhos,
e sendo pobre,
para trás deixo a saudade do teu chorar, do teu sorrir, do brilho dos teus olhos...
dos verdes campos que tanto corremos juntos,
da chuvadas que secámos nos ombros quando não tínhamos chapéu,
daquelas taças de bebida que partilhámos juntos,
daquela mão que me ajudou quando tive dificuldade em me erguer.
Agora morri, convosco tudo fica, mas tudo levo comigo.


     Pedro Libânio

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

domingo, 7 de novembro de 2010

Fácil... rápido e sem complicações!


Uma cenoura cozida.
Um punhado de "champignons" de Paris, salteados com alho, salsa e um fio de azeite.
Um bifito de bovino com especiarias, grelhado.
Tudo isto, que parece pouco, regado com um fantástico MERLOT  JP  CHENET...
E pão, claro!

E não é que... estava bom!


domingo, 31 de outubro de 2010

Os nossos Poetas, da minha pertença...


Cisne

Amei-te? Sim. Doidamente! 
Amei-te com esse amor 
Que traz vida e foi doente... 

À beira de ti, as horas 
Não eram horas: paravam. 
E, longe de ti, o tempo 
Era tempo, infelizmente... 

Ai! esse amor que traz vida, 
Cor, saúde... e foi doente! 

Porém, voltavas e, então, 
Os cardos davam camélias, 
Os alecrins, açucenas, 
As aves, brancos lilases, 
E as ruas, todas morenas, 
Eram tapetes de flores 
Onde havia musgo, apenas... 

E, enquanto subia a Lua, 
Nas asas do vento brando, 
O meu sangue ia passando 
Da minha mão para a tua! 

Por que te amei? 
— Ninguém sabe 
A causa daquele amor 
Que traz vida e foi doente. 

Talvez viesse da terra, 
Quando a terra lembra a carne. 
Talvez viesse da carne 
Quando a carne lembra a alma! 
Talvez viesse da noite 
Quando a noite lembra o dia. 

— Talvez viesse de mim. 
E da minha poesia... 




Pedro Homem de Mello



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